Eu nasci no comecinho da década de 1980. Sou, portanto, um velho. Meus filhos pelo menos me enxergam assim, mesmo eu aguentando fazer um trekking longo muito melhor do que eles.
Jovens…
Fato é que eu convivi com telefone de ficha, TV com chiado, internet discada e fotografia analógica.
Quando eu era criança o processo de fotografar envolvia uma câmera, um filme e a revelação. A foto era mais do que uma imagem. Era uma imagem em um papel.
Apesar de idealizadas ainda na década 1950 e terem sido desenvolvidas ao longo da segunda metade do século XX, as câmeras digitais se popularizaram quando se tornaram relativamente acessíveis do ponto de vista do preço ao consumidor, o que começou a acontecer quase na virada do século passado.
Foi um verdadeiro frenesi e em poucos anos era muito raro quem não tinha uma pequena e automática “Cybershot” ou outra câmera digital qualquer, para fazer fotos de aniversários e viagens. Conforme os anos foram passando, esses equipamentos foram gradualmente sendo substituídos pelos smartphones com câmeras cada vez melhores, munidas de bons softwares, com inteligência artificial suficiente para produzir fotos com exposição e equilíbrio de branco satisfatórios, que faz você acreditar que aquela coloração laranja do pôr do Sol na sua foto é de fato, mérito seu.
Existe um nicho recente, principalmente de jovens, que vem tirando da gaveta aquela câmera digital antiga dos pais e colocando para funcionar. É o novo vintage. As câmeras digitais antigas tem uma estética muito peculiar e caiu no gosto da meninada, principalmente na Ásia. Se quiser saber mais sobre isso aconselho dar uma olhada no perfil do Instagram do meu amigo Julio Bonfim: @digivintagebr.
Fato é que, com o advento da câmera digital nós fomos nos acostumando em ver as fotografias em telas e nos esquecemos sobre como é diferente manipular uma foto impressa e experimentar o enorme abismo que há entre visualizar uma foto em uma fonte que emite luz (o monitor ou qualquer tela), de uma fonte que reflete luz (o papel).
Obviamente que há telas incrivelmente eficientes em reproduzir imagens, assim como também há impressões péssimas. Não é essa a questão. Estou me referindo à experiência de manipular fotografias minimamente impressas com qualidade. Como avaliar isso? Eu sempre uso o preto como referência: se o preto é meio esverdeado, azulado ou amarronzado é ruim. Se o preto realmente parece preto já é meio caminho andado.
Um padrão de qualidade superior é o que se conhece por impressão Fine Art. É o tipo de impressão que utilizo para produzir os quadros que vendo com minhas fotos autorais. Nesse caso estamos falando sobre papéis e tintas de alto padrão, que irão reproduzir imagens com cor e nitidez insuperáveis e altíssima durabilidade. O custo é muito superior à impressão à laser geralmente realizada nos laboratórios comerciais.
Minha intenção aqui não é fomentar que as pessoas imprimam suas fotos com padrão Fine Art. Deixe isso para os artistas e fotógrafos. Compre um quadro meu. Minha ideia é estimular que as pessoas experienciem novamente o manipular as fotos. Guardá-las e acessá-las em ocasiões especiais, momentos de saudade, alegria e conversas compartilhadas com a família e os amigos. Talvez muitos jovens sequer tenham tido acesso a fotografias impressas deles ou de familiares.
É óbvio que a facilidade e praticidade de fotografar no digital é imensa. Podemos deixar o dedo nervoso atuar sem o menor controle, basta ter memória para armazenar as fotos. No entanto, eu recomendo fortemente o processo de impressão, pois além da experiência do papel, nos obriga a ter critério para selecionar quais as fotografias que serão impressas. O que daquilo tudo realmente é relevante? É um exercício de edição incrível e treina nossa mente a ser muito mais seletiva. Nos faz espremer de todo aquele volume o caldo que de fato representa a sensação, registro ou sentimento da ocasião em que as fotos foram feitas.
Não faz ideia de onde imprimir suas fotos? Não deixe de fazê-lo por isso! Eu te ajudo. Entre em contato comigo que eu posso indicar bons lugares. Seja com câmera ou com o celular, fotografe, imprima e divirta-se!